Um das atrações que eu mais queria visitar na Cidade do Cabo era a Robben Island, a ilha onde está uma das prisões em que ficou Nelson Mandela. Além de ter assistido o filme "Invictus", o apartheid é a única parte da História da África do Sul que lembro ter estudado no colégio. A ilha e prisão abertas ao público no início de 1997 ficam a aproximadamente 11km da costa e no final de 1999 o local foi reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO.
No trecho do filme "Invictus" abaixo, podemos ver bastante da ilha e da prisão, inclusive a pedreira onde muitos prisioneiros trabalharam.
Durante a maior parte de sua história a ilha serviu como confinamento de escravos (desde 1636), leprosos e desequilibrados mentais. Em 1961 tornou-se prisão de segurança máxima para ativistas políticos, sendo Nelson Mandela o mais famoso deles.
Para viajar tranquilo, garanta já o seu seguro viagem com a parceira do blog, Real Seguros - comparador de preços com as melhores seguradoras do mercado! Você não gasta nenhum centavo a mais por isso e colabora para manter o blog!
São poucos barcos por dia e na alta temporada costuma lotar. Não quis dar bobeira e já saí do Brasil com meu ingresso comprado. O risco era do dia estar chuvoso, mas estava um calorão que só. No dia vi um monte de gente comprando para o mesmo dia, mas o barco saiu bem lotado. Outro problema de marcar esse passeio com antecedência é a imprevisibilidade do vento na cidade, que pode cancelar as saídas de barco ou fazer você mudar seu roteiro para visitar a Table Mountain, mas resolvi arriscar mesmo assim.
Nelson Mandela Gateway - de onde saem os barcos para Robben Island, no Waterfront |
O barco sai do Nelson Mandela Gateway, no V&A Waterfront e ali mesmo já tem uma pequena exposição sobre a prisão e o apartheid. Como é um passeio longo, queria marcar o primeiro ou o último do dia e assim matar somente uma parte dele e acabei pegando o último barco, às 15h. Cheguei meia hora antes e fiquei na metade da fila. É bom chegar cedo porque nem todos os barcos tem bancos e cadeiras suficientes e nem todos têm uma grande área coberta. Como estava um sol de rachar quis garantir meu lugar coberto. Tinham várias pessoas na fila com o ticket para o dia ou horário errado então preste atenção! Fui ao banheiro antes porque não sabia como era a situação lá, mas até tinha um banheiro no barco que imagino não ser lá grandes coisas.
ticket que imprimi em casa |
Precisa de ajuda para montar seu roteiro para a África do Sul? Indico esse guia acima - já contei tudo sobre ele aqui no blog! |
Depois de 1h hora no barco, chegamos à ilha e todos vão para os ônibus que fazem um tour de 45 minutos. Passamos por um farol, Igrejas Mape Leper e Garrison, a vila histórica, fortificações da 2a Guerra Mundial, barcos naufragados, a pedreira de cal onde os presos trabalhavam e terminamosna prisão. Esse primeiro tour é feito com um guia e na prisão trocamos de guia. Na segunda parte, o guia é sempre um ex-prisioneiro que conta com muito mais emoção sobre como era viver ali.
As próximas fotos foram tiradas do ônibus do tour, por isso tem o reflexo do vidro. O tour é longo para ser feito a pé e não podemos descer durante o trajeto, só em um ponto com uma bela visão da Cidade do Cabo. Eu corri para sentar na janelinha, do lado direito (escolha aleatória), mas sofri com o sol. De qualquer jeito, apesar do reflexo do vidro foi o melhor lugar para tirar fotos porque a maior parte das construções ficam mesmo do lado direito.
uma das igrejas |
A casa do governador que hoje pode sediar eventos |
Aqui paramos 15 minutinhos para uma lanchonete, banheiro e principalmente tirar fotos da vista para a Cidade do Cabo!
O farol da ilha tem 18m e é de 1863. Fica perto da casa do governador (que hoje oferece acomodações para dignatários em visita e como centro de eventos). Sua luz pode ser vista a 25km de distância. |
Os destaques da ilha são a prisão, a pedreira de calcário e a casa do governador, construção vitoriana de 1895. Os prisioneiros eram obrigados a trabalhar na pedreira no mínimo por 6h por dia, em péssimas condições de trabalho. A poeira e a brancura da pedra refletindo o sol prejudicavam a vista de todos.
Por quase 400 anos a ilha foi usada como prisão tanto pelos líderes do apartheid como pelos líderes da época colonial. Apesar das condições sofríveis em que viviam, muitos prisioneiros (a maior parte era prisioneiro político) conseguiu estudar e até se formar na faculdade em cursos de correspondência. Eles sempre discutiam política antes de dormir e liam notícias dos jornais roubados (ou subornados que conseguiam com os guardas). O guia contou que eram essas leituras e discussões que os mantinham com a cabeça erguida e não os deixavam desistir de lutar.
Exemplo de como as correspondências eram censuradas |
Exemplo do cardápio dos prisioneiros - bem pobre nutricionalmente falando |
Exemplo da "identidade" de cada preso |
Acabei não tirando foto, mas essa sala grande onde paramos para uma explicação era um dos dormitórios coletivos, mas os presos mais "perigosos" (que arranjavam mais problemas) eram mantidos em celas menores isolados. Nessa cela grande cabiam 36 pessoas.
Esses eram os "colchões" e por muito tempo todos dormiam no chão, depois trocaram por beliches com colchões fininhos. |
Essa era a cela do Mandela, conservada como era |
Depois dos anos 70, foi permitido que a Cruz Vermelha enviasse material para os prisioneiros praticarem esportes, mas só podiam jogar aos sábados.
Na hora de voltar, voltamos a pé da prisão para o píer e tivemos que esperar um pouco porque não havia nenhum barco ali. Mas de repente chegaram 3 barcos de uma vez para levar todo mundo embora (éramos dos últimos tours do dia).
Voltando para a Cidade do Cabo |
Não sei se é possível pular o tour (algumas pessoas perto de mim estavam cogitando), mas o local onde os barcos atracam é bem pertinho da prisão, tanto que na volta, voltamos a pé. Ali na chegada e partida dos barcos tem banheiros e uma lojinha (que no final de um dia de calor extremo, já não tinha quase nenhuma opção de bebida gelada). Ali nesses prédios funcionava o centro de visitantes na época da prisão. Na lojinha tem vários documentários, livros, souvenirs de sempre (caneca, imã, postal, etc) e itens de vestuário para vender. Muitas coisas com o número 466/64 estampado, que era o número do Mandela - ele foi o 466o prisioneiro a entrar na prisão no ano de 1964.
Informações Práticas
Comprando pelo banner acima, você garante o seu ticket com antecedência e ajuda o blog, que ganhará uma comissão! Veja também outros ingressos para atrações da Cidade do Cabo.
Os barcos saem do Nelson Mandela Gateway, ao lado da Clock Tower. É recomendado comprar ingresso com antecedência ali mesmo ou pela internet. Os horários variam de acordo com a temporada, mas costumam ser às 9h, às 11h, às 13h e às 15h. O portão de embarque fecha 10 minutos antes da partida e é preciso passar por detectores de metal, no estilo de aeroportos.
São vários tipos de barco que fazem o trajeto em 1h e balança bastante. Não cheguei a ficar enjoada, mas quase. No barco, vendem bebidas e lanchinhos, mas não vi muita gente comprando não. Os tours podem ser cancelados devido ao tempo (ventos fortes).
Os tours são feitos em inglês e não acho que seja proveitoso para quem não entende bem. Preço em fevereiro/2014: R250 (rands), aproximadamente US$ 25.
Reserve o seu hotel na Cidade do Cabo através deste link do Booking e ajude o blog! Você não paga nada a mais por isso e nós ganhamos comissão!
Os tours são feitos em inglês e não acho que seja proveitoso para quem não entende bem. Preço em fevereiro/2014: R250 (rands), aproximadamente US$ 25.
Reserve o seu hotel na Cidade do Cabo através deste link do Booking e ajude o blog! Você não paga nada a mais por isso e nós ganhamos comissão!
Você sabia que pode reservar hotel, alugar carro, garantir seguro viagem com desconto, conseguir ingressos para atrações e tours no Brasil e no mundo todo, além de guias de diversas cidades e países pelos links aqui do blog? Você não gasta nenhum centavo a mais e o blog ganha uma pequena comissão! Obrigada!
Estou adorando passear contigo pela Cidade do Cabo! Ótimas dicas!
ResponderExcluirObrigada Gabi!
ExcluirAdoro quando as histórias me inspiram, mas curto quando me levam pela mão. E qdo fazem as duas coisas? Espetacular. BjO!
ResponderExcluirBrigadão Paula!!! Bjos!
ExcluirSabia que esse é um dos locais que mais quero conhecer na África do Sul? Adorei o post: super explicadinho ;)
ResponderExcluirObrigada Gabi! Eu tb super queria então corri comprar o ingresso pra tentar garantir - mas qnd vc for, já faça logo no 1o dia (e a Table Mountain tb) pra garantir pq se ventar muito (o que não é raro), os 2 são fechados!
ExcluirAdoro passeios completos como esse. Envolve história, contato próximo a fatos tão importante, paisagens maravilhosas, com praia, barco! Imagino que o clima mesmo que pesado da prisão, se torna menos tenso com esse cenário todo que envolve o passeio.
ResponderExcluirÉ isso aí Eloah! E o guia da prisão sendo um ex-prisioneiro é tão tão tão legal!!! Estava imaginando daqui a pouco quando não tiver mais nenhum pra ser guia (estão todos velhinhos!) snif, snif
Excluiré um misto de tristeza e certeza em dias melhores né? :(
ResponderExcluirSim, é aquela coisa igual aos campos de concentração - todo mundo precisa conhecer para não acontecer de novo!
Excluir