Uns tempos atrás, a Patti do Tripping Unicorn fez uma pergunta em um grupo de blogueiras sobre o que vimos/aprendemos/conhecemos no exterior e gostaríamos de "importar" para o Brasil. Eu até cheguei a escrever uma colaboração para o blog dela e claro que tinha que ser sobre a Alemanha! rs Leiam lá o post sobre as compras que as blogueiras de viagem fariam no exterior! Essa pergunta da Patti inspirou total o post de hoje.
Depois de 3 viagens relativamente curtas para a Alemanha (1 dia, 1 mês e 1 semana), anos e anos estudando alemão aqui no Brasil e uma temporada de quase 3 meses por Frankfurt e Berlim, continuo me surpreendendo com o povo alemão. É impressionante como a minha paixão pelo país só aumenta! Quem acompanha o blog já sabe que curto muito História (vejam aqui todos os posts relacionados a assuntos históricos no blog - são dezenas!) então sempre fico feliz em ver como os alemães preservam a sua, mesmo com tantos episódios sombrios. Eles fazem questão de não esconder nenhuma parte da História, por mais difícil que seja, e incentivam que todos a conheçam também.
Vou copiar abaixo o trechinho que escrevi para o Tripping Unicorn, explicar algumas coisas com mais detalhes e estender um pouco o assunto.
Promovendo a consciência histórica na Alemanha
"Em uma conversa de adolescentes sobre a Segunda Guerra Mundial, a minha primeira amiga alemã chorava sentindo-se culpada pelas mortes, porque seus avós e conterrâneos se deixaram levar pelas loucuras do Hitler e não fizeram nada. Mas obviamente que ela não tem culpa nenhuma, já que nasceu décadas depois.
Portão do campo de concentração Sachsenhausen, nos arredores de Berlim - leia aqui sobre a visita |
O famoso "pijama listrado" dos campos de concentração, que virou até nome de livro e filme |
Andando pelas ruas de várias cidades alemãs, mas principalmente em Berlim, literalmente tropeçamos em “pedrinhas do tropeço” (Stolpersteine) que nos recordam das pessoas enviadas para campos de concentração. De repente, aparece uma igreja deixada propositalmente em ruínas depois de ser bombardeada. Espalhados pela cidade, são dezenas de museus e memoriais, lembrando todos os horrores ali passados, do Holocausto ao muro que dividiu a cidade (e também o país e o mundo). Tudo isso faz parte do dia-a-dia do cidadão (e turistas) berlinense e é impossível esquecer o que aconteceu."
Algumas Stolpersteine que encontrei na região da Oranineburger Straße/ Scheunenviertel - área onde moravam muitos judeus antes da Segunda Guerra |
A Kaiser Wilhelm Gedächtniskirche, a "igreja deixada propositalmente em ruínas" na região da Avenida Kudamm ou Kurfürstendamm |
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Memorial do Holocausto - bem no meio da cidade, a uma ou duas quadras do Portão de Brandemburgo |
Memorial à queima de livros pelos nazistas em 1933 na Bebelplatz - praça linda e pertinho da Avenida Unter den Linden |
Sobre o muro de Berlim, não vou nem colocar aqui detalhadamente porque são dezenas de posts - todos eles estão no índice de posts de Berlim.
O resultado de tudo isso? Eles têm conseguido garantir que aquelas situações tenebrosas não se repitam novamente. Todas as crianças estudam esses temas exaustivamente na escola e ninguém nem ousa fazer a saudação nazista - o que aliás é contra a lei.
Enquanto isso no Brasil, esquecemos da escravidão e ficamos cada vez mais preconceituosos; censuramos livros sobre História; esquecemos da ditadura e votamos em quem apoia a tortura e pede-se a volta da ditadura militar... Quando será que teremos a mesmo consciência histórica dos alemães? Será que algum dia isso acontece? Quem sabe se aqui no Brasil a gente fosse um pouquinho assim também, a gente não teria perdido o Museu Nacional para o fogo?
Reportagens (e vídeo) essenciais sobre o tema
7 motivos que fizeram os alemães embarcarem na loucura de Hitler
Escola católica do Rio censura livro acusado de ser de esquerda
“Meu livro é sobre a ditadura. Jamais pensei que seria censurado”, diz autor de ‘Meninos Sem Pátria’
Escola católica do Rio censura livro acusado de ser de esquerda
“Meu livro é sobre a ditadura. Jamais pensei que seria censurado”, diz autor de ‘Meninos Sem Pátria’
PS: juro que o vídeo abaixo apareceu sem querer na minha timeline do facebook e se encaixou perfeitamente no assunto do post, que já estava no rascunho!
Mas corrigindo uma informação do vídeo, temos sim um museu sobre a ditadura, mas pouquíssimo divulgado - o Memorial da Resistência em São Paulo, que estou louca para conhecer. Conheça mais sobre ele nos blogs Outro blog e Marola com Carambola.
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