Clique nos links para obter o endereço exato de cada um dos mercados, horários de funcionamento e outras informações práticas. Veja aqui a primeira parte deste post - meus 10 mercados preferidos pelo mundo em 2017. No final do post, tem um vídeo comparando mercados públicos de sucesso pelo mundo com os mercados de São Paulo e como os últimos podem melhorar.
Mercado Municipal Adolpho Lisboa (Manaus - AM)
O mercado de Manaus, bem no centro da cidade às margens do Rio Negro foi projetado por Gustavo Eiffel (aquele mesmo da Torre Eiffel - clique no link anterior para ler sobre a construção da famosa torre parisiense). Construído durante o ciclo da borracha, tem sua estrutura em ferro fundido, mas a frente fica tão perto da rua que nem dá para tirar uma boa foto da fachada inteira. Foi inaugurado em 1883 para comercialização de produtos e alimentos típicos da Amazônia, como peixes de água doce, artesanato, frutas, legumes, especiarias, farinhas, ervas medicinais, produtos de beleza naturais com frutos da amazônicos, souvenirs, cachaças, itens de decoração, etc em 182 boxes. Adolpho Lisboa era o prefeito de Manaus na época da inauguração do mercado, tombado pelo IPHAN em 1987. Foi reaberto em 2013 após restauro.
A construção do mercado teria custado cerca de 360 mil contos de réis, o equivalente a R$ 10,8 milhões nos dias de hoje. Tem estilo Art Noveau, inspirado no mercado Les Halles em Paris. Os galpões/pavilhões laterais são de 1890 (Pavilhão dos Peixes e das Carnes). Existem alguns restaurantes recomendados no mercado, mas fui 2x lá durante meus dias na cidade e acabei não comendo lá por conta do horário.
Fachada voltada para o Rio Negro - infelizmente ali não é uma área amigável para pedestres - Foto: JLPizzol - CC BY-SA 4.0
O Viktualienmarkt é um mercado de alimentos no centro de Munique que funciona quase que diariamente (todos os dias, exceto domingos e feriados) desde 1807. São dezenas de barraquinhas que vendem legumes, frutas exóticas, pães, temperos, flores, queijos, embutidos, peixes, carnes frescas, guloseimas típicas, souvenirs, etc. Tem um Biergarten bem no meio do mercado e uma "árvore de Maio" também ("Maibaum" - na 1a foto da montagem abaixo - é mais para um poste enfeitado do que uma árvore mesmo - leia sobre essa tradição clicando no link acima). Aparentemente, "victus" significa "comida"/"provisões" em latim e daí veio o nome do mercado, que anteriormente ficava na praça principal Marienplatz, mas o tamanho da praça já não estava suficiente e então trocaram o local do mercado. Diversos eventos tradicionais acontecem no local.
Ali perto fica o Schrannenhalle, antigo galpão construído para fazer parte do mercado, destruído por um incêndio na primeira metade do século XIX e reconstruído poucos anos atrás. Hoje abriga a filial do Eataly em Munique.
Mapinha do mercado mostrando que ele ocupa uma área bem grande e bem perto da Marienplatz - Maximilian Dörrbecker (CC-BY-SA 2.0)
Berlim contava com diversos mercados regionais antigamente e cada um tinha um número - em 1890 eram 14. O da área de Kreuzberg era o nono mercado e por isso nome "Markthalle Neun" (neun = nove em alemão). Hoje em dia, a maioria desses mercados de Berlim não existe mais, mas um dos que resiste ainda como mercado de bairro é justamente o Markthalle Neun. Esses mercados eram o equivalente ao Mercado Municipal de São Paulo, só que ao invés de só um para a cidade toda em localização central, existiam diversos mercados em Berlim, espalhados pelos bairros.
Além das feiras de alimentos para a população em geral (legumes, verduras, etc), acontecem diversos eventos gastronômicos ali e o mais famoso dele é "Street Food Thrusday", toda 5a feira das 17h às 22h, quando dezenas de food trucks invadem o local. É comum encontrar comida árabe, indiana, turca, japonesa, mexicana, tapioca brasileira, burgers, comida coreana, doces diversos, cervejas, empanadas, sorvetes, massas e muito mais. Jantei cedo um dia ali na minha última vez na cidade e gastei 6,50 com as boulettes e 2,20 com o refri (Fritz Kola, refri alemão). Boulette são almôndegas muito comuns em Berlim e eu pedi um combo com 4 temperos diferentes.
O prédio histórico do mercado público de Stuttgart em estilo art noveau inaugurado em 1914 é lindo, as bancas dão água na boca e você consegue degustar diversas comidinhas, tanto típicas da região, como de outros países. A localização é bem central então fica quase impossível passear pelo centro da cidade e não passar por ali. No andar térreo, são várias barracas de frutas, legumes, verduras, salsichas, queijos, carnes, flores e comidinhas e muita gente come em pé mesmo pois afinal não tem muito espaço.
No andar superior tem um restaurante mais arrumadinho, que não é barato. Quando estive em Stuttgart em 2019, em um dos almoços comprei uma fatia de torta de cebola por 3,10 euros (última foto abaixo) e comi sentada na escada. Ele me parece um pouco menor do que os outros mercados desta lista.
Ele foi estabelecido em 1826, como suporte comercial para os construtores do Canal Rideau ali perto. São diversos stands na parte de dentro do mercado, algumas barracas do lado de fora e muitas opções gastronômicas nas quadras adjacentes. Um dos doces mais tradicionais canadenses é o "rabo/cauda de castor" ou Beaver Tail´s, que conta com um stand no Byward Market - não deixe de provar - tem foto a seguir!
Pesquisando sobre Toronto, todos os blogs vão recomendar o sanduíche típico Peameal Bacon da tradicional Carousel Bakery no St. Lawrence Market. O mercado em si já era uma das atrações que queríamos passar e aproveitamos para almoçar por lá. Eu AMEI o Peameal Bacon (foto abaixo), mas meus pais e tios ou não acharam nada demais ou acharam gorduroso demais. Realmente é bastante gordura, mas nada que uma coca-cola para acompanhar não resolva o problema. O local é bastante movimentado, mas os pedidos são atendidos rapidamente. Existem algumas mesas no subsolo do mercado onde você pode ir sentar e comer em paz, mas a maioria das pessoas come em pé ali na frente da padaria mesmo. A gente queria descansar a perna da andança toda.
Antes de comer, vimos as dezenas de barracas do mercado e até compramos vários souvenirs de maple syrup (o xarope de bordo típico do Canadá) - bolachas, a calda para panquecas, chá com maple, chocolate com maple, etc. O mercado foi estabelecido no começo do século XIX, mas acabou destruído em um grande incêndio que atingiu grande parte de Toronto em 1849. Ele cresceu com o aumento populacional do início do século XX e foi salvo da demolição nos anos 70 pela população para se tornar um dos ícones da cidade na atualidade! O prédio das fotos abaixo é a parte sul do mercado (South) e o prédio dos anos 60 da parte norte (North - onde aconteciam o mercado semanal, além dos mercados de antiguidade e de Natal) foi demolido em 2015 e está sendo reconstruído, com garagem subterrânea e 4 andares.
O mercado de Wroclaw (Breslávia) foi construído entre 1905 e 1908 - são 190 lojas em 2 andares, como no vídeo abaixo. A estrutura em concreto armado foi pioneira na Europa. Não sofreu grandes danos durante a Segunda Guerra porque serviu como estábulo e como mercado para o Exército Vermelho. Foi renovado nos anos 80 e a fachada revitalizada em 2016. No porão existe uma cervejaria famosa e fica a uma pequena caminhada da principal praça da cidade.
O Bazar Różyckiego fica no bairro de Praga, uma parte menos turística de Varsóvia, do outro lado do rio Vístula em relação à maioria dos pontos turísticos na capital polonesa. Mas vale a pena demais atravessar a ponte para conhecer essa parte mais alternativa de Varsóvia.
É um antigo mercado estabelecido no século XVIII. Durante a Segunda Guerra Mundial e posteriormente no período soviético, ele teve um papel social importante, abastecendo a população com itens difíceis de serem encontrados e às vezes até proibidos. Em 2019, vi barracas basicamente de roupas. O guia do walking tour que eu estava fazendo contou que os pais dele compraram ali sua primeira calça jeans, o vestido de noiva de sua mãe e discos dos Beatles, apesar da censura. Em 2008, o mercado até então público, voltou aos seus donos originais, a família que deu nome ao bazar - Różycki. Tem uma comida típica que e vendida no mercado ou ali nas cercanias - o pyzy, que experimentei e contei no post sobre o bairro.
O Mercado da Encruzilhada é um dos vários mercados de Recife ainda em funcionamento. Construído em 1924, reformado e ampliado em 1950 e reformado mais uma vez em 2018, conta com mais de 200 boxes em uma área de quase 4mil metros quadrados que vendem produtos alimentícios e produtos populares variados. Aquela confusãozinha gostosa, sabe? Quando estive no local com amigos da cidade, muito moradores almoçavam nos restaurantes nas dependências do mercado (eu acabei comendo em outro local próximo dali). O Ôro Cozinha Garimpo é um dos estabelecimentos mais novos - com diversos eventos e frequentado por amigos de Recife. Ele não fica na área mais turística, mas vale dar uma escapada gastronômica.
Em Recife, experimente o arrumadinho que você não vai se arrepender! Aqui falo sobre os lugares onde comi na minha temporada em Pernambuco em 2019.
Todo mundo já sabe que em viagens por Minas Gerais, a comida é sempre uma das estrelas, não é mesmo? O primeiro mercado municipal de Poços de Caldas foi edificado em 1890 em outro local, mas ele foi transferido para o local atual em 1969 por conta do tamanho pequeno do mercado anterior e por questões de estacionamento e acesso. O destaque fica para os queijos, manteiga, doces, geleias, cachaças, pimentas, cafés, cestas de palha e vime, artesanatos, souvenirs e outros itens, além do tradicional hortifruti. No mezanino, ficam alguns restaurantes, uma cervejaria, loja de sabonetes artesanais e até uma pequena exposição de fotos! São mais de 200 boxes internos e externos.
Pesquisando para fazer esse post, descobri que um mercado bem bonitinho que visitei em 2018 foi fechado! Ele não era uma das atrações turísticas mais famosas de Quebec e apesar de ser uma distância caminhável da parte turística da cidade, ele não era tão central. Como estava viajando com meus pais, fizemos questão de visitar, pois é algo que minha mãe adora!
O mercado estava pequeno para os vendedores locais e é realmente o local onde os moradores compram suas frutas, verduras, legumes, produtos artesanais, peixes etc então o governo resolveu transferir o mercado para outro local loooonge do centro, o que com certeza dificulta para um turista visitar. Além disso, duvido que o prédio do novo mercado seja tão charmoso - e ainda sem o porto logo ali atrás!
Abaixo, o vídeo que citei lá no começo do post:
E aí, já conhece e adora algum mercado dessa lista? Sugere algum outro para eu conhecer pelo mundo?
Fernanda, que riqueza de imagens, Acho tão importante isso num blog de viagens, ainda mais numa relação de mercados para conhecer pelo mundo. Dão a ideia da variedade cultural desse mundão lindo. Adorei!
Obrigada! Confesso que antes não ligava muito, mas com a moda que começou a valorizar os mercados nos últimos 15 anos, comecei a prestar atenção e curtir!
Todos os comentários no "Tá indo para onde?" passam por moderação e por isso não aparecem de imediato. Ele só vai aparecer quando for respondido. Em geral, os comentários são respondidos quinzenalmente.
Fernanda, que riqueza de imagens, Acho tão importante isso num blog de viagens, ainda mais numa relação de mercados para conhecer pelo mundo. Dão a ideia da variedade cultural desse mundão lindo. Adorei!
ResponderExcluirObrigada! O post vai do Brasil à Polônia, do Canadá à Alemanha rs
ExcluirDessa lista ainda não conheço nenhum. De todos os que já conheci os meus favoritos são o Mercado Central em Florença e o Borough Market em Londres
ResponderExcluirVárias ideias para visitar então! E eu não conheço (ainda) os 2 que você falou rs
ExcluirAdorei essa lista!!! Amo mercados e sempre faço questão de visitar. Inclusive conheço alguns aí dessa lista. Os da Europa são sempre fantásticos :D
ResponderExcluirSão mesmo né? saudades da Europa batendo nesse momento...
ExcluirEu amo Mercados Públicos! Sempre visito todos nas cidades que vou. Adorei a tua lista de 10 mercados para conhecer pelo mundo!
ResponderExcluirObrigada! Confesso que antes não ligava muito, mas com a moda que começou a valorizar os mercados nos últimos 15 anos, comecei a prestar atenção e curtir!
Excluir